Ministra Cármen Lúcia cassa decisão do TRT e nega vínculo empregatício, reforçando a legalidade da terceirização em atividades-fim.
A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), cassou uma decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (TRT-9) que reconhecia vínculo empregatício entre um gerente geral e uma empresa do setor madeireiro. O entendimento do STF reforça a legalidade da terceirização, inclusive para atividades-fim, conforme jurisprudência consolidada da Corte.
Entenda o caso
A 4ª Turma do TRT-9 havia anulado contratos de prestação de serviços terceirizados, reconhecendo o vínculo direto entre o trabalhador e a empresa. O Tribunal baseou sua decisão no princípio da primazia da realidade, que determina que a verdadeira relação de trabalho deve prevalecer sobre a forma contratual formalmente estabelecida.
De acordo com o TRT, as provas documentais e testemunhais demonstraram que o gerente prestava serviços de forma pessoal, contínua e subordinada, caracterizando, assim, uma relação empregatícia. Com base nisso, o Tribunal considerou que havia ocorrido fraude na terceirização e determinou o reconhecimento do vínculo.
Empresa recorre ao STF e ministra cassa a decisão
Diante da decisão do TRT, a empresa recorreu ao STF, argumentando que o entendimento do Tribunal violava teses já firmadas pela Suprema Corte sobre a legalidade da terceirização, mesmo em atividades-fim.
Ao analisar o caso, a ministra Cármen Lúcia entendeu que a decisão do TRT contrariava jurisprudência consolidada do STF, especialmente no que diz respeito aos princípios constitucionais da livre iniciativa e da livre concorrência.
Posição do STF sobre a terceirização
A ministra destacou que o STF já firmou entendimento sobre a possibilidade de terceirização, mesmo em atividades-fim, desde que respeitados os princípios constitucionais e os direitos dos trabalhadores.
Cármen Lúcia citou precedentes importantes da Corte, incluindo:
✔ ADPF 324
✔ ADC 48
✔ ADIs 3.961 e 5.625
✔ RE 958.252 (Tema 725 de repercussão geral)
Com base nesses precedentes, a ministra cassou a decisão do TRT-9, determinando que o caso fosse reavaliado em conformidade com a jurisprudência do STF.
Impacto da decisão e jurisprudência consolidada
O julgamento reforça a posição do STF sobre a terceirização, confirmando que a contratação de serviços terceirizados, mesmo para atividades-fim, é lícita e deve ser respeitada pelos tribunais trabalhistas.
Decisões como essa trazem maior segurança jurídica para empresas e trabalhadores, evitando interpretações conflitantes que possam gerar insegurança no mercado de trabalho.
Conclusão
A decisão da ministra Cármen Lúcia reafirma o entendimento consolidado do STF de que a terceirização de atividades-fim é permitida, desde que sejam observadas as garantias trabalhistas e os princípios constitucionais.
O caso reforça a necessidade de que os tribunais regionais do trabalho respeitem a jurisprudência do STF, garantindo um ambiente mais previsível e estável para empresas e trabalhadores no Brasil.
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